Sula: Marcelo Paz vê final como maior momento da história do Fortaleza
O Fortaleza está perto de dar mais um grande passo em sua história. Neste sábado (28), o Leão do Pici entrará em campo para disputar a final da Sul-Americana contra a LDU, do Equador, e pode se tornar o primeiro time nordestino a conquistar um torneio internacional.
Emoção que o presidente Marcelo Paz não esconde, mas mantém os ‘pés no chão’ e não se deixa levar pelo momento. Em entrevista exclusiva ao iG Esporte, o dirigente destacou a dificuldade da decisão e não fugiu ao falar sobre um possível favorito.
“O confronto é muito equilibrado, ninguém chega na final por acaso. Porém, acho que a LDU tem um favoritismo por ter mais experiência em competições internacionais e por, inclusive, já terem sido campeões da Sul-Americana e da Libertadores. Mas estamos vivendo o maior momento da história do clube. Disputar uma final de uma competição internacional já é o maior avanço que o Fortaleza teve. Sabemos que podemos sempre mais, assim como também sabemos do nível de dificuldade que enfrentaremos. É uma emoção, mas que precisa ficar na arquibancada. Dentro das quatro linhas, temos que encarar com muito profissionalismo, ter um time focado, tomando boas decisões, com estratégia e entendendo a partida para atingir este nosso objetivo”.
(Veja fotos de Marcelo Paz na galeria abaixo)
Da Série C do Brasileirão em 2017 para a final da Sul Americana em 2023. Em seis anos à frente do Fortaleza, Marcelo Paz alcançou grandes marcas e conquistas, ajudando a colocar o time nordestino ‘em outro patamar’. O presidente relembrou as dificuldades no início da gestão e os feitos que fizeram o clube poder brigar entre os grandes do futebol brasileiro.
“De início, falando em números, o nosso orçamento era de R$ 24 milhões em 2017, época em que o Fortaleza não comprava jogador – ou era emprestado ou era em fim de contrato. Me recordo que, quando saímos da Série C para a Série B, sabíamos que teríamos um investimento maior, devido à cota de televisão e tudo mais, e foi quando compramos o nosso primeiro jogador, o Marlon, que era do Sampaio Corrêa na época”, iniciou o dirigente.
“E aí subimos para a Série A, em 2019, onde conseguimos montar um time com muitos jogadores emprestados de outros clubes, com uma aquisição pequena, fizemos um bom campeonato para o ano seguinte e contratamos o David. Daí em diante o processo foi mudando e fomos entendendo o crescimento do clube. Para 2023, devemos bater R$ 300 milhões, um crescimento muito grande em tão pouco tempo. Estamos vendo o programa de sócio-torcedor crescer, a parte comercial e o patrocínio também. Mas sempre reforço que tudo isso foi conquistado por muitas mãos, desde os atletas, comissão técnica, diretoria, funcionários, etc. Também temos esse cuidado de sempre estar com os pés no chão. Eu digo sempre, e mais uma vez, que o camisa 10 do Fortaleza é o salário em dia, que os jogadores sabem do compromisso durante os 30 dias do mês e que a premiação vai sair no final, e isso atrai e retém talentos”, completou.
Marcelo Paz, que assumirá o cargo de primeiro CEO da SAF do Fortaleza, destacou quais serão os maiores desafios que o clube encontrará neste modelo de gestão e também quais são os principais frutos que a equipe pode colher.
“A legislação da SAF nos traz muitas possibilidades que contribuem bastante na gestão do clube. Podemos citar melhorias na governança do clube e a viabilização de operações financeiras, por exemplo. E isso foi muito estudado para que conseguíssemos aproveitar todas as alternativas pertinentes. Logo, obtemos um caminho mais amplo que nos dá a capacidade de um rendimento muito grande. Mesmo crescendo muito nos últimos anos, o Fortaleza tem um potencial de crescimento extraordinário.
De acordo com Marcelo Paz, o ‘segredo’ para o crescimento do Fortaleza está divido em pilares, como o equilíbrio financeiro, evolução das infraestruturas internas do clube e o ‘trabalho de transparência, de acreditar no comando técnico’.
“Para mim, o segredo está na gestão do clube. E a nossa tem como pilares o equilíbrio financeiro e a melhoria constante das infraestruturas de treinamento e de todas as áreas que cuidam do futebol e dos atletas, comissão técnica e funcionários. Para que tudo seja colocado em prática, são trazidos dirigentes remunerados, com executivos contratados para cada setor, pessoas que produzem e possuem experiência em suas respectivas áreas de atuação, se colocando à disposição do clube. Além disso, o trabalho de transparência, de acreditar no comando técnico, de ter treinadores longevos como o Rogério Ceni e, agora, o Vojvoda, de priorizar muito a questão financeira do salário em dia, também são algumas práticas que ajudaram nesse resultado”, disse Paz, ao iG Esporte.
UMA ENERGIA INEXPLICÁVEL! ❤️💙🤍
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— Fortaleza Esporte Clube 🦁 (@FortalezaEC) October 25, 2023
A confiança no comando técnico de fato foi uma medida adotada pela diretoria do Leão do Pici nos últimos anos. No início com Rogério Ceni, o Fortaleza viu os resultados aparecerem e agora tem Juan Pablo Vojvoda no comando, que pode dar ao clube o maior título da sua história. O papel argentino, no entanto, não se limita apenas ao de técnico, mas de um líder e sem vaidade nos bastidores, como conta Marcelo Paz.
“O Vojvoda nos conhece muito bem e acho que o principal é a convivência, seja em vitória, derrota ou em momentos bons e ruins. Se passarmos por uma fase difícil, ele sabe que é momentâneo, porque o futebol é um ambiente instável. E isso conta muito no comando de um time. Quando ele chegou ao clube, os jogadores logo se adaptaram e gostaram, principalmente, da intensidade dos treinamentos diários que ele coloca. Isso fez com que nós alcançássemos um futebol mais agressivo e com condições de competir com grandes times do futebol brasileiro, que era o nosso grande objetivo e, hoje, estamos vivendo isso. Além disso, o Vojvoda não tem vaidade nenhuma, então trabalhar com uma pessoa que não coloca sua vaidade à frente é um negócio muito importante. A vaidade dele é o Fortaleza ganhar, o time ir bem e avançar”.
Fonte: esporte.ig.com.br