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Cuiabá registra dia mais quente da história e é cidade mais quente do planeta

Cuiabá registra dia mais quente da história e é cidade mais quente do planeta
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Cuiabá teve hoje o dia mais quente de sua história, mostram dados do Instituto Nacional de Meteorologia. A temperatura máxima na estação convencional foi recorde absoluto desde o começo das medições com 44,2ºC. A marca supera o recorde de 44,0ºC de 30 de setembro de 2020.

Trata-se da maior temperatura já observada até hoje na história em uma capital estadual no país. Se não bastasse a marca impressionante desta quinta-feira, o recorde pode voltar a ser quebrado nos próximos dias, conforme a previsão da MetSul Meteorologia.

Isso porque a tendência é de o calor aumentar ainda mais na capital do Mato Grosso nos próximos dias com tardes de calor extraordinário e em níveis perigosos para a saúde. O calor que se espera para os próximos dias em Cuiabá é espantosamente intenso.

A previsão da MetSul Meteorologia é de máximas na cidade de 43ºC a 45ºC nesta sexta, 44ºC a 46ºC no sábado, 43ºC a 45ºC no domingo e 40ºC a 42ºC na segunda-feira. Cuiabá é a segunda capital brasileira nesta primavera a ter seu recorde de temperatura máxima absoluto quebrado.

No dia 25 de setembro, a estação da Pampulha anotou 38,6ºC – a maior temperatura já observada na capital mineira – e a estação de Santo Agostinho observou sua maior máxima desde o começo das medições em 1910.

Em uma primavera muito quente com temperatura bastante acima do normal, que teve o setembro mais quente já registrado tanto no Brasil como na América do Sul, Cuiabá tem enfrentado uma alta frequência de tardes escaldantes com máximas ao redor e acima de 40°C desde o começo do mês de setembro.

O calor ser intenso nesta época do ano é o esperado, uma vez que as maiores médias mensais histórica de temperatura máxima ocorrem no trimestre de agosto, setembro e outubro, ou seja, no fim da estação seca na região. As normais históricas do Instituto Nacional de Meteorologia da série 1991-2020 indicam que o mês mais quente costuma ser setembro com média mensal máxima de 35,6°C, seguido de outubro com 35,1ºC e agosto com 34,7°C.

O calor acentuando e mais persistente em parte é resultado da estiagem sazonal da região que tem como consequência também os baixos índices de umidade relativa do ar. No mês de setembro, segundo medição diária do Instituto Nacional de Meteorologia, na esmagadora maioria dos dias a umidade mínima ficou ao redor e abaixo de 20%.

Em outubro, em geral, até agora, a umidade relativa do ar mínima vem oscilando entre 20 e 30% durante a tarde, com os menores índices registrados nos últimos dias que tiveram umidade inferior a 20%, coincidindo com o calor muito intenso que aumenta a cada dia. Outro fator para o setembro e outubro tórridos deste ano é a mudança no padrão geral de circulação da atmosfera associada ao fenômeno El Niño que traz chuva extrema no Sul e seca histórica na Amazônia.

No Centro do Brasil, a mudança se faz sentir com o calor muito acima do normal. Em comparação, no mês período do ano passado, entre 1° de setembro e 18 de outubro, observou-se que setembro registrou apenas 4 dias em que a máxima ficou igual ou acima de 40°C no município de Cuiabá.

Em contrapartida, no mês de outubro do ano passado não houve registro de máxima de 40°C ou mais na cidade. Em 2022, o fenômeno que atuava no Pacífico era a La Niña. Há um terceiro fator que deve ser levado em consideração.

O planeta está enfrentando em 2023 um aquecimento acelerado e desde julho todos os meses são de temperatura recorde na Terra. Setembro de 2023 foi 0,5ºC mais quente no mundo que o setembro mais quente até então no planeta, uma margem que espantou os cientistas. Dias atrás, estudo de atribuição climática rápida da World Weather Attribution (WWA) apontou que as ondas de calor de agosto e setembro na América do Sul, e que foram seguidas em Cuiabá e outras áreas do Brasil, se tornaram cem vezes mais provável com as mudanças climáticas.

O trabalho foi liderado por pesquisadores do Brasil, Argentina, Holanda, Estados Unidos e Reino Unido.

METSUL/ J1

 

 

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