Em 2 jogos, Diniz iguala número de gols sofridos em casa de toda a era Tite
Com o empate em 1 a 1 com a Venezuela em Cuiabá, a seleção brasileira perdeu pontos em casa nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo pela primeira vez desde 25 de março de 2016. Na ocasião, ainda sob o comando de Dunga, o Brasil empatou em 2 a 2 com o Uruguai, na Arena Pernambuco. O tropeço da última quinta-feira, 12, ainda registrou mais uma incômoda marca: em apenas dois jogos sob o comando do técnico Fernando Diniz, a equipe levou o mesmo número de gols como mandante que em toda a era Tite, que durou seis anos.
O Brasil de Diniz segue invicto, com 7 pontos, agora atrás da Argentina, que tem 9. Na estreia, o time goleou a Bolívia por 5 a 1 em Belém e depois bateu o Peru por 1 a 0 em Lima. A equipe, portanto, já sofreu dois gols em casa, mesmo número da campanha de Tite, que venceu todos os 14 jogos em casa que disputou de Eliminatórias e só foi vazado por Colômbia e Uruguai.
Esta também foi apenas a segunda vez na história das Eliminatórias que o Brasil falhou em vencer a Venezuela: até então, o retrospecto dava conta de 17 triunfos e um único empate, em 2009. No total, são 29 partidas entre as seleções, com 24 vitórias do Brasil e somente um triunfo venezuelano.
Diniz analisa o tropeço e vê falhas no ‘término das jogadas’
Fernando Diniz concedeu entrevista coletiva e fez sua análise da atuação. O mau estado do gramado, segundo ele, não foi um fator determinante, ao contrário dos erros nas finalizações das jogadas.
“Acho que a gente pecou em dois aspectos. Um foi o término das jogadas. Não jogamos mal. Criamos chances mas não fizemos. E, também, cedemos contra-ataques que não deveríamos ter cedido. No gol, principalmente, falhamos em algo que não poderíamos ter falhado. (É) ajustar melhor a marcação e não oferecer a chance do jogador finalizar. Na minha opinião, não foi uma partida ruim. Terminamos mal as jogadas, time ficou mais espaçado no segundo tempo. Obviamente, em alguns momentos, jogadores sentem esse calor e um pouco de dificuldades do próprio campo”, declarou.
“Faz parte do contexto, não vamos desviar para o campo. Obviamente, o campo que eles (jogadores) estão acostumados a jogar é diferente do de hoje. Isso somado ao calor. São duas dificuldades que prejudicam os que vêm da Europa. Acabam contribuindo com o adversário que quer marcar, não dá para negar isso. Mas também não dá para colocar a culpa nisso, tivemos tudo para ganhar, não fizemos o gol. E o gol que eles fizeram era evitável, desajuste de marcação e leitura tática”, completou Diniz.
O Brasil volta aos campos na terça-feira, às 21h (de Brasília), para enfrentar o Uruguai em Montevidéu, no Estádio Centenario. No mesmo dia, mas às 18h, a Venezuela recebe o Chile em casa.
Confira todas as respostas de Fernando Diniz na entrevista coletiva:
Análise do empate
“Acho que a gente pecou em dois aspectos. Um foi o término das jogadas. Não jogamos mal. Criamos chances mas não fizemos. E, também, cedemos contra-ataques que não deveríamos ter cedido. No gol, principalmente, falhamos em algo que não poderíamos ter falhado. (É) ajustar melhor a marcação e não oferecer a chance do jogador finalizar. Na minha opinião, não foi uma partida ruim. Terminamos mal as jogadas, time ficou mais espaçado no segundo tempo. Obviamente, em alguns momentos, jogadores sentem esse calor e um pouco de dificuldades do próprio campo.”
Bloqueio venezuelano
“Tivemos outras possibilidades de gol. Jogo se desenhou para jogarmos pelos lados e chutes de fora da área. Fizemos o goleiro deles trabalhar. Difícil jogar contra times muito recuados. Não conseguimos aproveitar chances, ficamos vulneráveis só com o 1 a 0, e eles tiveram felicidade de aproveitar. Foi isso que eles produziram e conseguiram empatar o jogo.”
Substituições foram erradas?
“Não considero assim. As mudanças que fizemos, tínhamos só mais uma troca. Time sentiu calor, espaçamos. Jogadores todos treinaram bem. Como tinha só mais uma parada, resolvi fazer três de uma vez. Tivemos chances e, quando não fazíamos, ficávamos descompactados. Tivemos controle, mas falhamos pontualmente. Casemiro pediu para sair e não achei que time ficou desguarnecido pelas alterações. Foi lance casual, que poderíamos ter evitado com certa facilidade.”
Uruguai deve ir para a frente?
“Não é por conta da maneira que jogo, existe uma tendência do Uruguai ser mais agressivo lá. Tendência é não ter linhas tão baixas e temos que estar preparados para qualquer tipo de situação.”
Arremesso de pipoca em Neymar
“Reprovo completamente. Torcedor quer xingar, vaiar, tudo bem. Mas arremessar pipoca não agrega em nada para ninguém. É um desrespeito com quem veio jogar e tentou fazer o melhor possível.”
Projeção de como será o desenho tático contra o Uruguai
“Não dá para ficar fazendo previsões. Temos que estar preparados para todos os cenários. Existe tendência de marcação mais adiantada, até pela maneira do treinador deles jogar. Não sabemos ao certo, temos que estar preparados para todos os cenários possíveis em Montevidéu.”
Gramado contribuiu para o empate?
“Faz parte do contexto, não vamos desviar para o campo. Obviamente, o campo que eles estão acostumados a jogar é diferente do de hoje. Isso somado ao calor. São duas dificuldades que prejudicam os que vêm da Europa. Acabam contribuindo com o adversário que quer marcar, não dá para negar isso. Mas também não dá para colocar a culpa nisso, tivemos tudo para ganhar, não fizemos o gol. E o gol que eles fizeram era evitável, desajuste de marcação e leitura tática.”
(com Gazeta Press)
Fonte: esporte.ig.com.br