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Há 28 anos, PLACAR debateu a violência no futebol e propôs soluções

Há 28 anos, PLACAR debateu a violência no futebol e propôs soluções
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Há 28 anos, PLACAR debateu a violência no futebol e propôs soluçõesFoto: Reprodução

O futebol brasileiro foi abalado na última semana pelo ataque a pedras e bomba ao ônibus do Fortaleza, praticado por torcedores do Sport, no Recife. O atentado feriu seis atletas e revoltou o treinador Juan Pablo Vojvoda. Os casos de violência nos estádios e seus arredores não são novidade. Em abril de 1996, PLACAR dedicou uma edição especial sobre o tema.

Com a chamada principal “Paz”, a revista ouviu de personalidades como o técnico Zagallo, o atacante Renato Gaúcho, o cantor Nando Reis e o escritor Luís Fernando Veríssimo, entre outros, 10 soluções para acabar com a selvageria nos estádios. Naquela época, o Brasil ainda chorava a morte de um torcedor tricolor no ataque a paus e pedras entre torcedores de Palmeiras e São Paulo, no Pacaembu, na Supercopa São Paulo de Futebol Júnior do ano anterior.

“Existe solução”, cravou PLACAR, ao apresentar as sugestões dos entrevistados. Nesta campanha, a revista levou os ídolos nacionais Pelé, Zico e Sócrates aos estádios com suas mães, sinalizando que a presença feminina poderia inibir os brigões.

A impunidade já indignava. “Tem de deixar o torcedor violento no mínimo um ano preso. Hoje o cara paga 10 reais de fiança e cai fora, é uma grande sacanagem”, afirmou Renato Gaúcho há 28 anos. “A paz só voltará aos estádios quando os clubes assumirem a responsabilidade”, complementou Veríssimo. A mais precisa das reflexões veio do jornalista e escritor Sérgio Cabral. “A violência está aí na sociedade e isso tem repercussão nos estádios. Precisa melhorar o país, a polícia, tudo.”

O blog #TBT PLACAR, que todas as quintas-feiras recupera um tesouro de nossos arquivos, reproduz esta reportagem na íntegra, abaixo:

EXISTE SOLUÇÃO Dez personalidades entram na luta e apresentam suas idéias para acabar com a violência no futebol

“Tem que deixar o torcedor violento no mínimo um ano preso. Hoje o cara paga 10 reais de fiança e cai fora. Não acontece nada. Isso é uma grande sacanagem. Fico puto quando vejo briga no meio da galera. Por que o babacão não ficou em casa?” RENATO atacante do Fluminense

“A paz só voltará aos estádios quando os clubes assumirem a responsabilidade pela violência. Se eles não agirem, nada vai mudar. A culpa também é das equipes. Muitos clubes precisam parar de financiar essas torcidas uniformizadas.” LUIS FERNANDO VERISSIMO, escritor

“Essas medidas drásticas que foram adotadas pela polícia afastaram o público. Mas isso acontece só num primeiro momento. Quando as pessoas perceberem que a violência parou, a coisa muda. E o público volta.” ZAGALO, técnico da Seleção

“Existem três soluções. Primeiro, só teremos paz de novo quando acabarem com as torcidas uniformizadas. Em segundo lugar, a polícia tem que ser mais bem preparada. Não adianta os policiais enfrentarem os caras sem treinamento especial. Minha última sugestão é fazer como na Colômbia. Lá, não existe separação de torcida. Sozinho ninguém faz nada.” NETO, jogador do Araçatuba

“Você só resolve o problema se desmoralizar a torcida uniformizada. A mídia também tem culpa. Quantas vezes não vi esses marginais serem exibidos como heróis na televisão? Tem que ser o contrário. Eles precisam ser exibidos como panacas. Se as uniformizadas voltarem, o estádio inteiro deveria gritar: ‘Panacas. Panacas. Panacas’. A solução mais eficaz é a punição social.” JOELMIR BETING, comentarista econômico

“Brigar é a única forma de afirmação desses jovens. A sociedade precisa encontrar um jeito de oferecer alguma perspectiva para eles. Pense no moleque: ele não tem emprego, não tem o que comer, não tem nada. Acabar com a violência significa mudar a sociedade.” PLÍNIO MARCOS, dramaturgo

“As torcidas uniformizadas não são as únicas culpadas. Os dirigentes montam. campeonatos estapafúrdios e ninguém fala nada. Campeonatos melhores ajudariam a diminuir a violência. É óbvio e simples: se o jogo é bom e vale alguma coisa, o moleque para de brigar. NANDO REIS, baixista dos Titãs

“Cada jovem que for ao jogo deveria levar a mãe, tios, gente mais velha. Se o cara percebe que tem velhos e crianças no pedaço, ele fica inibido para brigar.” AMOROSO, meia do Guarani

“A violência está aí na sociedade e isso tem repercussão nos estádios. Precisa melhorar o país, a polícia, tudo.” SÉRGIO CABRAL, escritor e jornalista

“Uma solução é forçar a união entre as torcidas A televisão deveria chamar integrantes de todas as torcidas e mostrar para o Brasil inteiro que se eles não pararem com essa palhaçada quem perde é o futebol.” RIVALDO, meia da Palmeiras

Fonte: esporte.ig.com.br

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