Pela primeira vez, Alef Manga fala a público sobre punição: ‘Me arrependo muito’
A temporada de 2023 foi uma das piores da história do Coritiba e dentro dela o clube vivenciou situações que jamais havia vivenciado antes e uma delas foi o caso de Alef Manga. Uma das referências da equipe em 2022 e vice-artilheiro em 2023, se envolveu em um esquema de apostas e acabou sendo punido por um ano sem jogar futebol.
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Em entrevista ao Globo Esporte, Alef falou pela primeira vez a público sobre o drama e tudo que ele viveu nesse segundo semestre de 2023. Depois de ser afastado do elenco alviverde, o atacante sofreu com ameaças nas redes sociais, medo de ter perdido sua carreira no futebol e vários outros fatos que fizeram o ex-camisa 11 repensar em tudo que ele fez.
— Hoje eu me arrependo muito. Sou ser humano e mereço uma segunda chance. Mas é um arrependimento muito grande, pois tudo que passei desde pequeno e chegar aonde cheguei não é fácil — destacou o atacante.
— Quero deixar uma mensagem que não façam o que fiz, pois é muito feio. É uma oportunidade que estava precisando, mandar essa mensagem de arrependimento para que possam nos dar uma segunda chance — completou.
Alef Manga foi acusado pela Operação Penalidade Máxima II por um cartão amarelo que ele tomou no duelo contra o América-MG no 2º turno do Brasileirão de 2022, com este cartão o atacante teria recebido R$ 45 mil.
— Passa um filme grande na minha cabeça pela questão de tudo que aconteceu. Foi péssimo para mim e para todas as pessoas que gostam do meu futebol e do Coritiba. Foi o pior momento da minha vida — disse Alef Manga.
Alef Manga, em entrevista ao Globo Esporte
Agora o atacante já está de volta na capital paranaense e ainda tem contrato com o Coritiba até o fim de 2024, entretanto a punição imposta pelo STJD tem duração até o meio de ano e ainda precisa sentar e conversar com a diretoria do clube para saber se retornará ao clube ou não. Atualmente, seu advogado tem conversas com o Ministério Público para que ele volte em março, quando terá cumprido 50% da pena.
Seu último jogo pelo Coritiba foi no dia 8 de julho, contra o América-MG, quando o Coxa venceu por 3 a 1. Neste duelo, Alef deixou sua marca e também deu um adeus para o Couto Pereira, local onde ele criou uma grande identificação com a torcida alviverde. Após seu afastamento do Coxa, o atacante foi emprestado para o Pafos FC, do Chipre, por lá foram seis jogos, sendo cinco como titular, e não marcou gols.
— Foi uma situação muito delicada. Eu estava em Pafos e assistia os jogos do Coritiba. Se fosse outra pessoa no meu lugar, eu acho que não daria continuidade no trabalho. Foram muitas críticas, mensagens com xingamentos, as pessoas ameaçando de todos os lados. Naquele momento, apenas Deus para me acalmar, porque a minha cabeça estava muito ruim pelo fato de ter saído do Coritiba, ido às pressas para outro time, precisando receber para ajudar a minha família a pagar as contas — disse Manga.
Agora, com a sua punição tendo virada internacional graças a FIFA, Alef está de volta em Curitiba e tem treinado com um personal e uma equipe para manter sua forma física e ficar pronto para um possível retorno ao futebol.
— Estou aqui, estou de volta e em um clube que eu amo que é o Coritiba. Quero voltar o quanto antes e ajudar os meus companheiros e o professor Guto Ferreira, que é um cara sensacional e vem me dando todo o suporte. Quero dar alegrias ao torcedor ali no Alto da Glória, que é a minha casa — completou.
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AMEAÇAS E XINGAMENTOS
— Palavras e xingamentos, ameaças a mim e a minha família. Pessoas mandando altas mensagens para mim, mas eu não podia nem responder, pois minha cabeça estava um trevo. Minha mãe e meu pai eram as únicas pessoas que me ligavam e apoiavam, assim como alguns amigos. As pessoas que me criticaram, quero agradecer, pois isso me deu uma força grande dentro de mim. Foi um período que passei sozinho fora do meu país. É uma coisa que não quero que façam, quem gosta de futebol. Isso não é legal.
— Não sei o que passou na minha cabeça apenas tomar um cartão amarelo, não foi manipulação de resultado. Não sabia que isso iria me prejudicar e prejudicar o clube. Estou aqui para pedir perdão à torcida, ao clube, funcionários e principalmente meus companheiros. Não quero ser melhor que ninguém. Errei. Sei que não vou conseguir agradar a todos, mas as pessoas me veem treinando. Quero deixar uma mensagem que não façam o que fiz, pois é muito feio. É uma oportunidade que estava precisando, mandar essa mensagem de arrependimento para que possam nos dar uma segunda chance e dar meu melhor em 2024 para colocar o Coritiba na Série A.
CORAGEM PARA ASSUMIR O ERRO
— Foi uma coisa assim… Não tinha passado nada na minha cabeça. Eu já tive várias situações de fazer isso e outros atletas que mandaram fazer isso. Só que eu nunca quis. Deu um fracasso na minha cabeça e fiz. Eu não sabia que podia acontecer toda essa situação e estou pagando por isso hoje. Eu não sabia que era ilegal, se eu soubesse não teria feito. Outros tantos jogadores já fizeram. Deu um fracasso ali para tomar o cartão amarelo. Não sabia que isso poderia me prejudicar. É um arrependimento total. Como disse, errei e estou aqui para consertar o meu erro. O que aconteceu ficou para trás e Deus está me dando outra oportunidade de fazer o que eu gosto.
DENÚNCIA EM ÁUDIO
— Eu não lembrava do áudio. Para mim, ali foi o fim. Quando saiu na televisão deu vontade de largar tudo. A situação não é nem do áudio, mas da forma como eu sai. A gente saiu de madrugada, minha mãe ficou muito mal. Eu disse que queria virar ídolo no clube e todo o suporte que me deu, o Coritiba não merecia isso. Aconteceu esse episódio do áudio e passou um filme na minha cabeça, parecia que eu queria me matar, fazer qualquer coidsa. Não tinha mais o que pensar. Pensei: acabou para mim. Não vou conseguir chegar mais na seleção brasileira, pois tenho futebol para isso. Eu me arrependo demais. As pessoas me encontram na rua e as mensagens me fortalecem muito.
EXPECTATIVA NO RETORNO
— Pessoal vai me ver com outros lados quando eu retornar ao futebol. Quando eu tomar um cartão irão falar. É difícil de apagar, mas vou ter que lidar com isso. Sou figura pública e tenho que levar como normal. Mas o que eu mais gosto é fazer o meu melhor trabalho dentro de campo e ajudar o meu clube.
MEDO DO BANIMENTO
— Tenho medo das pessoas falarem alguma gracinha, mas o pior já passou, que era questão de ser banido. Eu não conseguia dormir direito pela situação. Hoje, depois de tudo que aconteceu e em breve retornar ao futebol, é um alívio. Deixar tudo no tempo de Deus. Não queria que ninguém ficasse no meu lugar. A pessoa precisa ser muito forte por tudo que aconteceu.
COMO LIDOU COM O CASO
— Eu não tive cabeça para nada quando começou a sair as coisas. Minha cabeça estava um trevo e poderia acontecer algo muito pior. A primeira coisa que fiz foi largar o celular, redes sociais, porque eu não tinha cabeça para nada, era uma situação muito delicada. Desculpa a palavra, mas pessoa pensa até mesmo em se matar. Como você vai sair na rua? Como as pessoas irão se ver agora? Quando eu voltei de Pafos me passava isso na cabeça, como as pessoas iriam me receber. Graças a Deus, até hoje, as pessoas me encontram na rua, tiram fotos e dão mensagens de apoio. Isso não tem preço.
CONSEQUÊNCIA
— Muito (pesadelo com o cartão amarelo). Todo dia acontece essa situação. Eu durmo e acordo pensando o porque eu fiz isso. Se fosse para voltar atrás, eu voltaria. Mexeu muito comigo. Foi das piores coisas no futebol eu ter feito isso.
TREINOS NO LADO DO COUTO PEREIRA
— Eu estava treinando de manhã e à noite faço academia. Sempre olho para o muro do Couto Pereira. Ali eu sou uma pessoa muito feliz. Às vezes fico dentro do carro e choro muito olhando para o estádio. Eu olho para o céu e prometo que irei voltar e dar alegria ao torcedor.
APEGO A DEUS
— Duas coisas que eu me apeguei foram minha família, minha mãe e meu pai. E outro é Deus. Sem Deus não somos nada. Todo fim de semana e quinta-feira o Pastor vem aqui, oramos. É uma coisa que vejo dentro do meu coração que Deus quer me ajudar. Foi ele que me fez voltar, trabalhar. Ele me abençoou, me deu um livramento grande e tenho muito que agradecer a ele. Hoje o futebol como está, as pessoas só se lembram quando faz gol e está na mídia, mas do outro lado não tem ligação. São nessas horas que a gente vê quem é quem.
GUTO FERREIRA
— Esse cara me ajudou muito em 2022. Está sempre me dando conselhos. Tenho apenas que elogiar ele, focado no trabalho e fora do normal. É um cara que sempre motiva os atletas que estão jogando e os que não estão jogando. Tenho muito a agradecer a ele. Se eu voltar ao Coritiba e ele estiver no clube, tenho certeza de que vai me ajudar muito.
REENCONTRO COM O ELENCO
— Claro, pelo fato de ter ocorrido, prejudiquei eles. Sei da minha importância dentro do clube. No futebol estava ajudando muito os meus companheiros de trabalho. Quando retornar, irei fazer uma reunião e pedir desculpa a eles. Dependendo da minha parte, farei tudo para poder abrir as portas e fazer o meu trabalho.
MENSAGEM PARA TORCIDA
— Para as pessoas que são Coxa, estou aqui pedindo perdão pelo ocorrido. Espero que vocês possam me dar uma segunda chance e que eu possa voltar. Estou morrendo de saudade de vocês fazendo aquela linda festa no Alto da Glória. Amo todos vocês. Se eu voltar, vou me entregar o máximo.
MEDO DO BANIMENTO
— Tenho medo das pessoas falarem alguma gracinha, mas o pior já passou, que era questão de ser banido. Eu não conseguia dormir direito pela situação. Hoje, depois de tudo que aconteceu e em breve retornar ao futebol, é um alívio. Deixar tudo no tempo de Deus. Não queria que ninguém ficasse no meu lugar. A pessoa precisa ser muito forte por tudo que aconteceu.
COMO LIDOU COM O CASO
— Eu não tive cabeça para nada quando começou a sair as coisas. Minha cabeça estava um trevo e poderia acontecer algo muito pior. A primeira coisa que fiz foi largar o celular, redes sociais, porque eu não tinha cabeça para nada, era uma situação muito delicada. Desculpa a palavra, mas pessoa pensa até mesmo em se matar. Como você vai sair na rua? Como as pessoas irão se ver agora? Quando eu voltei de Pafos me passava isso na cabeça, como as pessoas iriam me receber. Graças a Deus, até hoje, as pessoas me encontram na rua, tiram fotos e dão mensagens de apoio. Isso não tem preço
TREINOS NO LADO DO COUTO PEREIRA
— Eu estava treinando de manhã e à noite faço academia. Sempre olho para o muro do Couto Pereira. Ali eu sou uma pessoa muito feliz. Às vezes fico dentro do carro e choro muito olhando para o estádio. Eu olho para o céu e prometo que irei voltar e dar alegria ao torcedor.
APEGO A DEUS
— Duas coisas que eu me apeguei foram minha família, minha mãe e meu pai. E outro é Deus. Sem Deus não somos nada. Todo fim de semana e quinta-feira o Pastor vem aqui, oramos. É uma coisa que vejo dentro do meu coração que Deus quer me ajudar. Foi ele que me fez voltar, trabalhar. Ele me abençoou, me deu um livramento grande e tenho muito que agradecer a ele. Hoje o futebol como está, as pessoas só se lembram quando faz gol e está na mídia, mas do outro lado não tem ligação. São nessas horas que a gente vê quem é quem.
Fonte: esporte.ig.com.br