Autora de Harry Potter ironiza lei contra crimes de ódio na Escócia: ‘Ansiosa para ser presa’ 3 de abril de 2024 Famosos Publicidade 11: JK Rowling, autora da saga Harry Potter, fez postagem nas redes sociais com ironias e um desafio à nova lei contra crimes de ódio na Escócia, país em que reside. A escritora é uma opositora declarada dos movimentos por direitos da população trans e fez questão de mais uma vez deixar seu posicionamento claro. Na publicação, Rowling referiu-se a uma série de mulheres transexuais famosas como homens. Ela afirmou que proibir “a descrição precisa do sexo biológico” é o fim “da liberdade de expressão e de crença”. “Os legisladores escoceses parecem ter dado mais valor aos sentimentos dos homens que realizam sua ideia de feminilidade, por mais misógina ou oportunista que seja, do que aos direitos e liberdades das mulheres e meninas reais”, escreveu JK Rowling. Ela ainda completou: “É impossível descrever ou enfrentar com precisão a realidade da violência e da violência sexual cometida contra mulheres e meninas, ou abordar o atual ataque aos direitos das mulheres e meninas, a menos que possamos chamar um homem de homem”. Ao fim da postagem, a escritora fez uma ironia em desafio à recente legislação escocesa sobre os crimes de ódio. “Se o que escrevi aqui se qualifica como uma ofensa sob os termos da nova lei, estou ansiosa para ser presa quando retornar ao local de nascimento do Iluminismo escocês”, satirizou Howling, que fez a postagem do exterior. A veículos de imprensa britânicos, a polícia escocesa afirmou não ter recebido nenhuma queixa sobre as postagens da escritora. A Lei de Crimes de Ódio e Ordem Pública entrou em vigor na Escócia no dia 1º de abril de 2024. O texto da lei, elaborado em 2021, criminaliza ações que “incitem o ódio” a uma pessoa por sua idade, religião, deficiência, orientação sexual, identidade transgênero ou por ser intersexo. A lei recebeu críticas por não incluir mulheres cis na lista de vítimas. O governo local declarou que a prática de misoginia (ódio às mulheres) terá uma legislação específica. Quando a legislação foi criada, o primeiro-ministro da Escócia, Humza Yusaf, afirmou que seu objetivo é “combater uma onda crescente de ódio no país”. “É uma mensagem para vítimas, agressores, comunidade e para a sociedade em geral de que ofensas motivadas por preconceito serão tratadas com gravidade e não serão toleradas”, explicou o governante. Esta não foi a primeira vez que JK Rowling faz manifestações contra o que chama de “ideologia de gênero” e tidas como transfóbicas. Em abril de 2023, a escritora compartilhou nas redes sociais um texto do grupo conservador transfóbico dos Estados Unidos Women’s Declaration International. Em outra postagem, ela escreveu “não” ao reproduzir um texto que dizia: “Repita conosco: mulheres trans são mulheres”. Em 2020, a escritora causou polêmica ao dizer que a frase “pessoas que menstruam” é um erro e deveria ser corrigida para “mulheres que menstruam”. As manifestações de Rowling já receberam críticas de atores da saga Harry Potter. Daniel Radcliffe, conhecido por interpretar o protagonista da série, fez até uma carta aberta contra as falas da escocesa. “A razão pela qual senti que precisava muito dizer algo foi porque, particularmente, desde que terminei Potter, conheci tantas crianças e jovens queer e trans que tinham uma enorme identificação com Potter. E então vendo eles machucados eu queria que soubesse que nem todos na franquia se sentiam assim. E isso foi muito importante”, declarou Radcliffe. Tom Felton, que deu vida a Draco Malfoy na série, foi outro ator que se pronunciou de forma contrária às falas da autora: “Sou pró-escolha, pró-discussão, pró-direitos humanos em geral e pró-amor”, afirmou. COMPARTILHE Facebook Twitter Whatsapp Telegram Messenger Outlook Skype